2023, ano de caos político e bagunça generalizada na CBF

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A Confederação Brasileira de Futebol viveu um 2023 conturbado em todos os níveis: político e futebolístico. O ano foi marcado por caos nos bastidores, troca de poder, impasse com outras entidades e, como se tudo isso não fosse suficiente, resultados vexatórios no futebol.

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Em época de fim de ano e clima de retrospectiva, a reportagem do Lance! aponta os momentos mais marcantes na trajetória da CBF e da Seleção Brasileira no caótico 2023. Relembre.

EDNALDO É DESTITUÍDO DO CARGO DE PRESIDENTE DA CBF

  1. Em sete de dezembro, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) destituiu Ednaldo Rodrigues do cargo, e apontou a necessidade de nomeação de um interventor. O escolhido para o cargo foi José Perdiz de Jesus. Em decisão unânime (três votos a zero), houve a anulação de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre CBF e o Ministério Público, que determinava as regras eleitorais da confederação.
  2. Os desembargadores Gabriel Zefiro (relator), Mafalda Luchese e Mauro Martins alegaram que o Ministério Público não tem ingerência sobre a regras eleitorais de uma entidade privada como a CBF.
  3. Com a ação, foi anulado o pleito de março de 2022, que elegeu Ednaldo Rodrigues e outros oito vice-presidentes. Todos perderam os cargos.

INTERVENTOR ASSUME A CBF

  1. José Perdiz de Jesus, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), assume o cargo de interventor da CBF, nomeado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
  2. A justiça determina que Perdiz convoque eleições até 30 dias úteis após a publicação da decisão (prazo que se encerra no final de janeiro), e dois nomes já aparecem como pré-candidatos: Reinaldo Carneiro Bastos (presidente da Federação Paulista de Futebol) e Flávio Zveiter (ex-vice-presidente de Desenvolvimento e Projetos da CBF).

+ Relembre a chegada de Ednaldo Rodrigues à CBF; baiano assumiu a entidade após afastamento de Rogério Caboclo

IMPASSE COM FIFA E CONMEBOL DEVIDO À DESTITUIÇÃO DO CARGO DE EDNALDO RODRIGUES

  1. A retirada de Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente da CBF gera um novo impasse, desta vez, com a Conmebol e a Fifa. As entidades se movimentaram após a crise gerada no futebol brasileiro, e em conjunto, enviaram uma carta para a CBF. Na correspondência, elas afirmam que vão fazer uma visita ao Brasil na segunda semana de janeiro, e dizem para os interventores não fazerem as eleições antes do encontro e sem autorização.
  2. A carta assinada por Conmebol e Fifa, inclusive, ameaça punições e suspensões a clubes e até mesmo à Seleção Brasileira de competições internacionais em caso de descumprimento do pedido. As entidades não reconhecem a nomeação de José Perdiz como interventor da CBF.

A CRISE SE ALASTRA PARA O FUTEBOL

  1. O caos que movimenta os bastidores da CBF não fica apenas no âmbito político. Esportivamente falando, a bagunça generalizada atingiu a Seleção Brasileira, que viveu capítulos vexatórios em 2023, com dois técnicos interinos e a postura refém de um treinador que nunca chegou.
  2. Em 17 de janeiro de 2023, Tite e a CBF assinaram a rescisão do treinador, que deixou o cargo após seis anos à frente da Canarinho. Sem um substituto, em maio, a entidade anunciou Ramon Menezes (da Seleção sub-20) como interino para os amistosos contra Marrocos, Guiné e Senegal.
  3. Após o ruim aproveitamento de Ramon, a Seleção Brasileira mudou de internino, e Fernando Diniz assumiu o cargo. O técnico do Fluminense assinou contrato com a Canarinho por um ano, até meados de 2024 – quando Carlo Ancelotti assumiria o comando.

ANCELOTTI NUNCA CHEGOU

  1. Mesmo após acertar com Fernando Diniz como internino, Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF à época, disse estar acordado com Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, para assumir a Seleção Brasileira ao fim do contrato com o clube merengue. O então dirigente da entidade afirmou ter garantias da decisão, mas nunca apresentou publicamente.
  2. A possível vinda de Carlo Ancelotti sempre gerou dúvidas, e neste dia 29 de dezembro, o Real Madrid anunciou a renovação de contrato com o técnico. A divulgação do novo vínculo entre o italiano e o clube espanhol não gerou surpresas, pelo contrário, só escancarou (mais) a bagunça generalizada no futebol brasileiro.

SELEÇÃO BRASILEIRA ACUMULA VEXAMES E SEGUE COM FUTURO INDEFINIDO

  1. Se a bagunça foi escancarada nos bastidores da CBF, a situação não foi muito diferente dentro das quatro linhas. A rápida passagem de Ramon Menezes foi ruim, e a de Fernando Diniz pior ainda, mas já era de se esperar. O técnico do Fluminense tem uma metodologia de trabalho que demanda tempo para implementação, algo que as Seleções naturalmente não têm. O resultado? Vexames históricos.
  2. Durante o trabalho de Diniz, a Seleção acumulou recordes negativos e quebrou tabus históricos (também negativamente), com derrotas inéditas e um fim de ciclo de Eliminatórias na sexta posição na tabela de classificação.
  • Com o anúncio da permanência de Carlo Ancelotti no Real Madrid, a Seleção Brasileira segue com futuro indefinido. Fernando Diniz permanecerá no cargo e será efetivado? A Canarinho vai buscar um outro nome? Nada se sabe. E não há padrão por onde seguir, considerando que a entidade sequer tem um novo presidente.

O QUE ESPERAR DE 2024?

A tendência é que janeiro se inicie com os pontos nos ‘is’ entre CBF, Fifa e Conmebol, e claro, uma convocação para eleições presidenciais. Uma nova gestão deve assumir a entidade máxima do futebol brasileiro, e o mínimo que se espera é um trabalho que respeite a instituição e, de quebra, a história dos clubes e da úinica Seleção pentacampeã do mundo.

Afinal, apesar dos pesares, é impossível falar em profissionalização dos processos da Confederação Brasileira de Futebol sem apontar a necessidade de reformulação no que tange as competições nacionais e, claro, futuro da Canarinho, que precisa iniciar de forma consistente a preparação para a disputa da Copa do Mundo de 2026.

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